A geração movida pelos entretenimentos, a cada dia que passa vai tornando-se refém dos modismos. No reino da diversão todos querem o seu espaço, seja qual for a crença religiosa e, lamentavelmente o que deveria proporcionar um alimento salutar para pessoas carentes espirituais tornou-se um momento de lazer repleto de famigerados pseudopregadores e pseudocantores, sendo isto o reflexo do Conservadorismo Tradicional. Há grandes eventos religiosos em todo País, várias denominações realizam movimentos com um vasto repertório de nomenclaturas, cujas razões são entendidas sem muito esforço, pois o fundamento para explicar tanta festa encontra-se no conservadorismo de uma tradição.

              Dentro dessa linha estão grupos específicos distribuídos por faixas etárias que todos os anos trabalham para sustentar uma cultura e, é estarrecedor o fato de não acreditarem totalmente na Onipresença do Deus que julgam fazer o movimento em Seu nome. Sim, isso mesmo! Não acreditam totalmente. Porque se houvesse crença não precisaria trazer alguém de longe e não somente isto, porque não basta vir de outro lugar, tem ainda que ter fama, como se esta substituísse o Senhor.

             São movimentos que todos os anos são marcados pela presença de astros e estrelas do mundo gospel, que mais parece um baile de fantasia, pois lá estão muitos revestidos com as vestes da hipocrisia e máscaras da falsidade, que desaparecem junto com os movimentos, levando um povo às intrigas corriqueiras presentes nesse meio religioso.

          Um dos grandes problemas disso tudo é que o tradicionalismo não aceita servos, apenas senhores; não valoriza os de casa, somente os da rua; não compactua com outros encontros, porque é exclusivista; sempre procura fazer tudo para si, pois acredita que é melhor e deixa de fazer o melhor para o Deus; aponta para o único caminho da salvação, mas vive transitando por outro; ensina a unidade em Cristo, entretanto é desunido dos próximos; ataca outras religiões tachando-as de pagãs, mas pratica o paganismo camuflado nas penitências religiosas dia e noite; usa cifras colossais em movimentos que alimentam o ego eclesiástico, enquanto muitos líderes passam necessidades e sobrevivem indignamente sem o mínimo conforto para a família; tudo o que faz diz que é para Glória de Deus, para promover a fé, provocar a unidade e a mudança de vida, mas na prática o que se observa no final de tudo é que a Glória o Senhor não recebeu, pois foi dada ao homem;  a promoção da fé não houve, porque muitos continuam do mesmo jeito, desacreditados e murmurando dos abusos monetários e a união e mudança de vida provocada pela festa foi apenas uma medida paliativa. No final todos permanecem como antes. Nada mudou!

Necessidade Espiritual.

     Os movimentos espirituais não estão associados às muvucas gospel, entretenimento barato e sem conteúdo edificante. O que muitas instituições religiosas ainda não conseguiram perceber é que as vidas estão saturadas de tantos encontros desgastantes, tanto quanto onerosos. A necessidade jamais será suprida por homens e mulheres possuidores de técnicas vocais e oratórias inefáveis. A música pode ser bela e a voz bem afinada, mas se não fluir do Trono de Deus de nada adianta e, vindo do Santíssimo qualquer pessoa em sintonia com Ele poderá ser Seu instrumento; a palavra ministrada pode até comover momentaneamente pelo perfil intelectual do orador, mas não mudará a vida dos ouvintes senão pela Palavra da Verdade que na simplicidade alcança os perdidos.

     Não adianta aplicar valores altos em pregadores e cantores porque o retorno esperado não consiste em aglomeração de pessoas no momento da festa, mas sim, na ação presente e contínua do Espírito Santo dia após dia na vida dos verdadeiros adoradores. Se o movimento acontece por necessidade espiritual, logo não precisará de auxilio externo, pois qualquer pessoa pode ser usada pelo Espírito a qualquer momento e em qualquer lugar; não será refém do denominacionalismo facista que coloca as instituições umas contra as outras, cujos fieis mais parecem com cães adestrados para lutar contra o próximo e defender seu pedaço de osso, do que ovelhas ensinadas à ouvir a voz do verdadeiro Pastor.

        De festas para conservar tradição o Brasil está cheio (carnaval, paixão de Cristo, São João, etc). Se os eventos gospel se prenderem à isso apenas mudará de personagens e cenário, pois o objetivo é o mesmo. Conservadorismo Tradicional. Se a Festa não acontecer para suprir a carência espiritual, pode está certo que a falência da fé é apenas uma questão de tempo.

Pr. Elidiano Ribeiro